Imóveis usados podem sair pela metade do preço de lançamento

Um dos fatores que levaram a bancária Danielle de Araújo a comprar um imóvel usado foi o condomínio mais em conta Foto: Evelen Gouvea

Mais espaçosos, taxas de condomínio mais em conta e preços de venda até 50% mais baratos são algumas das vantagens encontradas para investidores que não querem esperar mais.

Imóveis mais espaçosos, taxas de condomínio mais em conta, prontos para morar e com preços de venda até 50% mais baratos que os lançamentos. Essas são algumas das vantagens de se adquirir um imóvel usado. Especialistas explicam que casas e apartamentos com mais de dez anos de uso, em bom estado de conservação, são uma boa opção para quem não tem tempo para esperar um lançamento ficar pronto e não se importa em ter grandes áreas de lazer para usufruir – o carro-chefe dos novos residenciais.

Para Marlei Junior, diretor de operações da Ética Imóveis, embora haja um boom de lançamentos imobiliários, principalmente em Niterói, a procura por apartamentos e casas usados é bem grande, por conta de diversos fatores, principalmente pelos preços até 50% inferiores a um novo.

“As comparações de preço são feitas em imóveis com a mesma planta, no mesmo bairro, e é possível conseguir um usado pela metade do preço de um lançamento. Basta procurar. E, se estiver em boas condições físicas esse imóvel é vendido muito rapidamente”.

Ele lembra que apartamentos antigos são maiores e muitas vezes já estão mobiliados com armários embutidos, por exemplo, e contam com dependência de empregados, o que hoje é quase inexistente nas novas construções.

“Para o imóvel usado em bom estado são exigidas pequenas intervenções. O armário embutido já está lá. Teto e piso também estão prontos. Os gastos serão bem menores, e as reformas que serão feitas vão agregar mais valor do que no caso dos imóveis novos”, avalia.

Pronto – Sérgio Marques, gerente da Pronto Self Imóveis ressalta o fato do usado ou seminovo estar pronto para usar como um dos fatores mais atraentes para a compra.

“Os imóveis de terceiros têm a vantagem de serem disponibilizados praticamente no ato para os compradores, se estiverem em boas condições, tão logo seja finalizada a transação financeira. Não há necessidade de se aguardar dois ou três anos até a entrega da unidade, que ainda terá de ser mobiliada e decorada e, muitas vezes, ainda depende da colocação de pisos e alguns acabamentos”, afirma.

Segundo Marques, a dimensão das unidades também é fator relevante para os compradores.

“Icaraí é o bairro mais procurado para a compra desses bens. E da mesma forma que no local há uma oferta enorme de lançamentos também há uma grande quantidade de imóveis usados, sendo alguns mais antigos, passando dos 30 anos. E esses, principalmente, contam com plantas bem mais generosas, com apartamentos de três quartos com uma média de 120 metros quadrados. Já os lançamentos chegam a ter, em média, 90 metros quadrados”, explica.

Para Manoel Maia, vice-presidente do Secovi Rio, a principal vantagem de comprar um imóvel usado está na possibilidade de o consumidor visitar fisicamente o imóvel, sabendo exatamente o que vai comprar, diferentemente do que ocorre na compra na planta.

“Em um prédio já habitado, fica mais fácil conhecer a vizinhança, um dos fatores que mais pesam na confirmação de uma compra. Além disso, é possível conhecer o funcionamento do prédio, saber de que maneira as instalações são utilizadas. Além disso, o valor do condomínio e IPTU do imóvel usado também podem ser conhecidos antecipadamente”, lembra.

Opção – A bancária Danielle Pereira de Araújo, de 29 anos, é uma entusiasta dos imóveis usados. O fato de poder conhecer a vizinhança antes de se mudar e pagar um condomínio barato foram fatores que ela também levou em consideração ao assinar o contrato.
“Ao decidir comprar meu apartamento vi que não queria esperar para me mudar e por isso optei pelo usado em boas condições. Meu apartamento tem um bom tamanho, tenho bons vizinhos, duas vagas na garagem, o condomínio é bem em conta e ainda paguei um valor bem menor que o de um lançamento no bairro”, explica.

Ela alerta, no entanto, que é necessário verificar as condições do apartamento com cuidado, porque há casos em que a economia pode ir por água abaixo, por conta de reformas nas partes elétricas e hidráulicas, muito comuns em casas e apartamentos com mais de 20 ou 30 anos.

Cuidados – Para que a compra de uma casa ou apartamento seminovos não se torne uma dor de cabeça, é preciso tomar alguns cuidados.

“No caso específico de um imóvel usado é importante considerar as instalações hidráulicas e elétricas, o estado do piso e dos móveis (se houver) para verificar se a economia obtida no valor da compra não irá por água abaixo, com grandes reformas, que podem ser altamente dispendiosas”, alerta o vice-presidente do Secovi Rio.

Além disso, o especialista recomenda agendar visitas ao imóvel durante o dia, para avaliar melhor as reais condições – como rachaduras, infiltrações e mofo, que em outros horários passam despercebidas – e durante a noite, para verificar aspectos de segurança e movimento dos arredores. Observe a incidência do sol, iluminação, ventilação e localização.

Exija a matrícula atualizada no Cartório de Registro de Imóveis. Por meio dela, é possível verificar todas as informações referentes ao imóvel como endereço, metragem, projeto, possíveis obras de modificação, transações, escritura, etc.
“Solicite a cópia do projeto arquitetônico da edificação devidamente aprovada pela Prefeitura e, em tratando-se de imóvel em condomínio, a cópia da convenção”, alerta.

O Fluminense- Por: Letícia Mota 10/10/2010

Índice usado para reajuste de aluguéis, acelera para 1,15% em setembro

IGP-M, índice usado para reajuste de aluguéis, acelera para 1,15% em setembro e sobe mais de 7% em 12 meses

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) subiu 1,15% em setembro, superando a taxa apurada um mês antes de 0,77%. O avanço nos preços no atacado, especialmente dos produtos agropecuários, contribuiu para esta aceleração, apontou a Fundação Getulio Vargas (FGV). No acumulado do ano, o IGP-M subiu 7,89%. Em 12 meses, houve alta de 7,77%.

Analistas estimavam uma elevação ao redor de 1%, mas o índice avançou quase o dobro em relação ao mês anterior. O índice calculado periodicamente pela Fundação Getulio Vargas é utilizado como base para os reajustes da energia elétrica e dos contratos de aluguéis.

Com peso de 60% no IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) marcou 1,60% neste mês, na sequência do 1,24% de agosto. Os produtos agropecuários ficaram 4,56% mais caros, depois de alta de 1,15% em agosto. Os produtos industriais, no entanto, avançaram menos (0,67% contra 1,26%).

Dos estágios do IPA, o destaque permaneceu com as Matérias-Primas Brutas, que, apesar de uma moderação no ritmo de alta, seguiram na casa de 4% - depois de elevação de 4,44% no mês passado, marcaram agora incremento de 4,08%, sob influência dos itens minério de ferro (15,08% para 0,28%), soja em grão (10,55% para 3,07%) e café em grão (1,23% para 0,73%).

Ainda dentro do IPA, os Bens Finais deixaram queda de 0,15% em agosto para ampliação de 1,14% neste mês. Os Bens Intermediários foram de 0,33% para 0,29% de expansão.

Responsável por 30% do indicador geral, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) saiu de deflação de 0,27% para elevação de 0,34% entre agosto e setembro. Alimentação abandonou o campo negativo verificado no mês passado (-1,28%) para acréscimo de 0,56% nesta apuração por causa do encarecimento das frutas e das carnes bovinas e pela queda menos marcada nos preços das hortaliças e legumes.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que entra com 10% na composição do IGP-M, teve pequena variação na passagem de agosto para setembro, de 0,22% para 0,20%.


O Globo - 29 de setembro de 2010